sábado, 29 de agosto de 2009




Aqui morava um rei

"Aqui morava um rei quando eu menino
Vestia ouro e castanho no gibão,
Pedra da Sorte sobre meu Destino,
Pulsava junto ao meu, seu coração.

Para mim, o seu cantar era Divino,
Quando ao som da viola e do bordão,
Cantava com voz rouca, o Desatino,
O Sangue, o riso e as mortes do Sertão.

Mas mataram meu pai. Desde esse dia
Eu me vi, como cego sem meu guia
Que se foi para o Sol, transfigurado.

Sua efígie me queima. Eu sou a presa.
Ele, a brasa que impele ao Fogo acesa
Espada de Ouro em pasto ensanguentado."

*O poema fala sobre o pai de Ariano Suassuna -João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suaçuna , Presidente da Paraíba entre 1924 e 1928 que foi assassinado na capital da República em meio aos acontecimentos que sucederam a evolução de 30- e como ele ( Ariano Suassuna ) se sentiu ao saber da morte do seu pai.

By: Janine Oliveira ;

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Caricatura de Ariano Suassuna


A Morte — O Sol do Terrível


Com tema de Renato Carneiro Campos


Mas eu enfrentarei o Sol divino,
o Olhar sagrado em que a Pantera arde.
Saberei porque a teia do Destino
não houve quem cortasse ou desatasse.


Não serei orgulhoso nem covarde,
que o sangue se rebela ao toque e ao Sino.
Verei feita em topázio a luz da Tarde,
pedra do Sono e cetro do Assassino.


Ela virá, Mulher, afiando as asas,
com os dentes de cristal, feitos de brasas,
e há de sagrar-me a vista o Gavião.


Mas sei, também, que só assim verei
a coroa da Chama e Deus, meu Rei,
assentado em seu trono do Sertão.



* O que eu entendi do poema:
O poema fala como o eu lírico ver a morte e que ele – o eu lírico – não fugirá da morte e sim encara-la, pois isso é o destino. E também o eu lírico diz que espera uma Mulher de asas e com dentes de cristal que se dá pra entender que ele se refere à Maria onde o levará ao céu onde ficará perto de Deus.

* Escolha do poema:
Esse poema me chamou atenção por que mostra a morte não com um olhar trágico e doloroso e sim como uma conseqüência da vida onde todos irão passar!

OBS: Na Estação Ciência está tento a exposição das obras de Ariano Suassuna.



Por: Janine Oliveira ;

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ariano Suassuna


Para a primeira postagem resolvemos colocar o nome de algumas obras de poesia de Ariano Suassuna:


O pasto incendiado, (1945-1970)
Ode, (1955)
Sonetos com mote alheio, (1980)
Sonetos de Albano Cervonegro, (1985)
Poemas (antologia), (1999)


RAIO-X DO AUTOR


Nasceu em 16 de junho de 1927, em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB).
Em 1946, já em Recife, entra para a Faculdade de Direito; no ano seguinte, escreve sua primeira peça: "A Mulher Vestida de Sol"
Em 1951, escreve "O Auto da Compadecida", sua obra mais popular
Em 1970, cria o Movimento Armorial, com o objetivo de valorizar a cultura popular do Nordeste brasileiro
Em 1971, lança o romance "A Pedra do Reino"
Em 1990, toma posse na Academia Brasileira de Letras, na cadeira de número 32.